quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

FILME HORTON E O MUNDO DOS QUEM

Espiritismo Em Desenho Animado09/06/2008
HORTON E O MUNDO DOS QUEM Novo desenho apresenta a história de Horton, um elefante que conhece o mundo dos pequeninos moradores de Quemlândia e pass a ser perseguido após sua descoberta. Livre-arbítrio, causa e efeito e solidariedade, estão entre os conceitos presentes na animação. Um Elefante Incomoda Muita Gente Por Ariane de Assis Jordão Horton e o Mundo dos Quem é a animação digital que traz entretenimento para toda a família, narrando a história de um elefante muito bem intencionado que cria enorme confusão na comunidade onde mora. Mas além do cenário paradisíaco de uma floresta chamada floresta de Nool, boa parte da ação se desenrola em Quemlândia, um lugarzinho simpático de onde, talvez, você se lembre, se assistiu o filme “O Grinch”. O elefanta ganha a voz de Jim Carrey para contar esta história de uma amizade bem incomum: entre o paquiderme e os Quem, que vivem num grãozinho de poeira que pousou sobre uma flor. Os princípios básicos do Espiritismo podem ser encontrados no filme em várias seqüências. A abertura já é uma ótima aplicação da lei de ação e reação, numa série de acontecimentos que conduz o grãozinho até seu encontro com Horton. Tendo seu mundo abalado por tais acontecimentos estranhos, o Prefeito de Quemlândia dirige um apelo por socorre que é ouvido pelo elefante, o qual passa então a proteger o grãozinho e a tênar ajudar seu povo, evitando a destruição total de seu pequenino mundo. Encontro O estabelecimento da comunicação entre eles é a evidência de que existe outro mundo, além daquele ao qual estamos habituados, despertando algumas questões novas: Haverá outras formas de vida no Universo além da nossa? A pluralidade dos mundos habitados surge na discussão sobre a existência de um “mundo microscópico” onde vivem pessoas, para aqueles que moram em Nool, e sobre a existência de um mundo gigantesco com outros seres viventes, para os que são cidadãos de Quemlândia. Livre-arbítrio e causa-e-efeito aparecem nas escolhas feitas e suas conseqüências, como quando o elefante resolve ajudar os personagens Quemlândia, quando o Prefeito decide acreditar no perigo que sua cidade corre ou quando os conselheiros da cidade resolvem insistir em que nada de grave está ocorrendo em que devem continuar com sua rotina normal. Estimulando Reflexões O enredo dá o que pensar. Quando Horton descobre que consegue se comunicar com o Prefeito da microscópica Quemlândia e começa a compartilhar sua descoberta com seus amigos de Nool, algumas das reações de seus conterrâneos não são das melhores. A Canguru que governa os habitantes de Nool, por exemplo, entende que Horton deve ser impedido de espalhar essas idéias estranhas, porque vão fazer mal às crianças, semeando pensamentos que podem afetá-las negativamente e prejudicar sua aeducação. Isto permite fazer uma analogia com o que ocorreu com Sócrates (470 – 399 a.C), acusado de corromper a juventude, e condenado à morte, em razão disso. Segundo o historiador Diógenes Laércio (200 – 250), na acusação contra o filósofo constava que: “Sócarates é culpado de não aceitar os deuses que são reconhecidos pelo Estado, de introduzir novos cultos, e também é culpado de corromper a juventude [...]”. A história também nos lembra dos fatos ocorridos com outro importante personagem: Galileu Galilei (1564 – 1642), que foi perseguido pela Inquisição, preso e obrigado a admitir publicamente que a Terra era imóvel, que ela não girava. Horton também é perseguido por suas crenças. No filme, ele é ameaçado com a prisão, se não renunciar às suas convicções sobre a existência de vida no pequenino grão de poeira, que não de ser um outro “mundo”. A grande mensagem de Horton e o Mundo dos Quem, contudo, é a do respeito às diferenças e da fraternidade. Não importa que aparência, que tamanho, ou em que mundo vivam os seres, eles merecem ser tratados com dignidade, protegidos e ajudados nas dificuldades. Pessoas são pessoas, com sonhos, esperanças e sentimentos, quer vivam em Quemlândia, em Nool, na Terra, em Júpiter ou onde for. A matéria na íntegra está na revista “Universo Espírita – Ciência, Filosofia e Religião” – nº 54 – Ano 5 – 2008.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

PRIMEIRAS LIÇOES DE MORAL DA INFANCIA ESCRITO POR KARDEC

Revista Espírita. Fevereiro de 1864
De todas as chagas morais da sociedade, parece que o egoísmo é a mais difícil de desarraigar. Com efeito, ela o é tanto mais quanto mais é alimentada pelos mesmos hábitos da educação. Parece que se toma a tarefa de, desde o berço, excitar certas paixões que, mais tarde tornam-se uma segunda natureza. E admiram-se dos vícios da sociedade, quando as crianças os sugam com o leite. Eis um exemplo que, como cada um pode julgar, pertence mais à regra do que à exceção.
Numa família de nosso conhecimento, há uma menina de quatro a cinco anos, de uma inteligência rara, mas que tem os pequenos defeitos das crianças mimadas. Isto é, é um pouco caprichosa, chorona, teimosa, e nem sempre agradece quando lhe dão qualquer coisa, o que os pais cuidam bem de corrigir porque, fora destes defeitos, segundo eles, ela tem um coração de ouro, expressão consagrada. Vejamos como eles se conduzem para lhe tirar essas pequenas manchas e conservar o ouro em sua pureza.
Um dia trouxeram um doce à criança e, como de costume, lhe disseram: "Tu o comerás se fores boazinha". Primeira lição de gulodice. Quantas vezes, à mesa, não dizem a uma criança que não comerá tal petisco se chorar. "Faze isto, ou faze aquilo", dizem, "e terás creme" ou qualquer outra coisa que lhe apeteça; e a criança é constrangida, não pela razão, mas em vista de satisfazer um desejo sensual que aguilhoa. E ainda muito pior, quando lhe dizem o que não é menos freqüente, que darão o seu pedaço a uma outra. Aqui já não é só a gulodice que está em jogo, é a inveja. A criança fará o que lhe dizem, não só para ter, mas para que a outra não tenha. Querem dar-lhe uma lição de generosidade? Dizem-lhe: "Dá esta fruta ou este brinquedo a fulaninho". Se ela recusa, não deixam de acrescentar, para nela estimular um bom sentimento: "Eu te darei um outro." De modo que a criança não se decide a ser generosa senão quando está certa de nada perder.
Certo dia, testemunhamos um fato bem característico deste gênero. Era uma criança de cerca de dois anos e meio, a quem tinham feito semelhante ameaça, acrescentando: "Nós o daremos ao irmãozinho e tu não comerás. E para tornar a lição mais sensível, puseram o pedaço no prato deste; mas o irmãozinho, levando a coisa a sério, comeu a porção. A vista disto, o outro ficou um lacre e não era preciso ser o pai, nem a mãe, para não ver o relâmpago de cólera e de ódio que brilhou de seus olhos. A semente estava lançada: poderia produzir bom grão?
Voltemos à menina, da qual falamos. Como não se deu conta da ameaça, sabendo por experiência que raramente a executavam, desta vez foram mais firmes, pois compreenderam que era necessário dominar esse pequeno caráter, e não esperar que a idade lhe tivesse dado um mau hábito. Diziam que é preciso formar cedo as crianças, máxima muito sábia, e para pô-la em prática, eis o que fizeram: "Prometo-te," disse a mãe, " que se não obedeceres, amanhã cedo darei o teu bolo à primeira menina pobre que passar. " Dito e feito. Desta vez queriam o bem e dar-lhe uma boa lição. Assim, no dia seguinte de manhã, avistada uma pequena mendiga na rua, fizeram-na entrar, obrigaram a filha a tomá-la pela mão e ela mesma lhe dar o bolo. Então elogiaram a sua docilidade. Moralidade: a filha disse: "É mesmo, se eu soubesse teria tido pressa em comer o bolo ontem." E todos aplaudiram esta resposta espirituosa. Com efeito, a criança tinha recebido uma forte lição, mas de puro egoísmo, da qual não deixará de aproveitar-se uma outra vez, pois agora sabe o que custa a generosidade forçada. Resta saber que frutos darão mais tarde esta semente quando, com mais idade, a criança fizer aplicação dessa moral em coisas mais sérias que um bolo.
Sabe-se de todos os pensamentos que este cínico fato pode ter feito germinar nessa cabecinha? Depois disto, como querem que uma criança não seja egoísta quando, em vez de nela despertar o prazer de dar e de lhe representar a felicidade de quem recebe, impõem-lhe um sacrifício como punição? Não é inspirar aversão ao de dar àqueles que necessitam? Um outro hábito, igualmente freqüente é o de castigar a criança mandando-a comer na cozinha com os criados. A punição está menos na exclusão da mesa, do que na humilhação de ir para a mesa da gente de serviço. Assim se acha inoculado, desde a mais tenra idade, o vírus da sensualidade, do egoísmo, do orgulho, do desprezo aos inferiores, das paixões, numa palavra, que com razão são consideradas como as chagas da humanidade. É preciso ser dotado de uma natureza excepcionalmente boa para resistir a tais influências, produzidas na idade mais impressionável, e onde não podem encontrar o contrapeso nem da vontade, nem da experiência. Assim, por pouco que aí se ache o germe das más paixões, o que é o caso mais ordinário, dada a natureza dos Espíritos que, em maioria, se encarnam na terra, não podem senão desenvolver-se sob tais influências, ao passo que seria preciso observar-lhe os menores traços para os apagar.
Esta falta, sem dúvida, é dos pais; mas, é bom dizer, muitas vezes estes pecam mais por ignorância do que por má vontade. Em muitos, há incontestavelmente, uma culposa despreocupação, mas em muitos outros a intenção é boa, é o remédio que nada vale, ou que é mal aplicado. Sendo os primeiros médicos da alma dos filhos, deveriam ser instruídos, não só de seus deveres, mas dos meios de cumpri-los. Não basta ao médico saber que deve procurar curar: é preciso saber como agir. Ora, para os pais, onde estão os meios de instruir-se nesta parte tão importante de sua tarefa? Hoje dá-se muita instrução à mulher; fazem-na passar por exames rigorosos; mas algum dia foi exigido da mãe que soubesse como fazer para formar o moral de seu filho? Ensinam-lhe receitas caseiras; mas lhe foi iniciada aos mil e um segredos de governar os jovens corações? Assim, os pais são abandonados, sem guia, à sua iniciativa; eis porque tantas vezes seguem caminhos errados; também recolhem, nos erros dos filhos já crescidos, o fruto amargo de sua inexperiência ou de uma ternura mal entendida, e a sociedade inteira lhes recebe o contragolpe.
Desde que é reconhecido que o egoísmo e o orgulho são a fonte da maioria das misérias humanas; que enquanto reinarem na terra não se pode esperar nem a paz, nem a caridade, nem a fraternidade, então é preciso atacá-los no estado de embrião, sem esperar que fiquem vivazes.
Pode o Espiritismo remediar esse mal? Sem nenhuma dúvida; e não hesitamos em dizer que é o único suficientemente poderoso para fazê-lo cessar. Por um novo ponto de vista, do qual faz observar a missão e a responsabilidade dos pais; fazendo conhecer a fonte das qualidades inatas, boas ou más; mostrando a ação que se pode exercer sobre os Espíritos encarnados e desencarnados; dando a fé inquebrantável, que sanciona os deveres; enfim, moralizando os próprios pais. Ele já prova sua eficácia pela maneira mais racional pela qual são educadas as crianças nas famílias verdadeiramente Espíritas. Os novos horizontes que abre o Espiritismo fazem ver as coisas de outra maneira. Sendo o seu objetivo o progresso moral da humanidade, forçosamente deverá iluminar o grave problema da educação moral, primeira fonte da moralização das massas. Um dia compreender-se-á que este ramo da educação tem seus princípios, suas regras, como a educação intelectual, numa palavra, que é uma verdadeira ciência. Talvez um dia, também, será imposta a toda mãe de família a obrigação de possuir esses conhecimentos, como se impõe ao advogado a de conhecer o Direito.
http://espiritafilosofia.blogspot.com/2008/11/primeiras-lies-de-moral-da-infncia.html

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

EVANGELIZADORES

DOMINGO 15-02 AS 09:00 DA MANHÃ TEREMOS NO CEAE (VILA A) UMA PALESTRA SOBRE EVANGELIZAÇÃO.
A PARTICIPAÇÃO DE TODOS É DE SUMA IMPORTANCIA PARA QUE FAÇAMOS O MELHOR TRABALHO POSSÍVEL COM NOSSOS EVANGELIZANDOS.

DIA 15 DE FEVEREIRO, DOMINGO AS NOVE DA MANHA NO CEAE (centro espirita aprendizes do evangelho)

A Pedagogia de Jesus - "De José Herculano Pires"



O pensamento pedagógico, orientador dos processos educacionais superiores, resulta da reflexão sobre os problemas da educação. Jesus não era um educador no sentido comum da palavra. Não possuía, como homem, nenhum experiência educativa. Sua profissão era a do pai, segundo a tradição familiar: carpinteiro. Deixando de lado os problemas referentes à sua origem e natureza divinas e encarando humanamente os fatos poderíamos falar numa Pedagogia de Jesus? A História nos mostra o aparecimento de gênios que superaram por si mesmos as deficiências de sua formação cultural e deram lições aos mestres qualificados. Esse é um capítulo que constitui verdadeiro mistério da Ontogênese, a ciência que trata da formação dos seres. Mas no Espiritismo o problema se esclarece facilmente com a lei da reencarnação. Esta lei nos explica que os espíritos se encarnam em diferentes graus de evolução, o que por sua vez explica as vocações que superam o meio cultural em que nascem certas criaturas e consequentemente resolve o problema da genialidade. O que revela a existência de um pensamento pedagógico na orientação educacional dada por um mestre não são os seus títulos, são as coordenadas e a estrutura do seu ensino. Toda pedagogia se funda numa filosofia. No caso de Jesus a filosofia básica é a dos Evangelhos. Essa filosofia, que é a própria essência do Cristianismo, fornece a Jesus as diretrizes e dela resulta o reconhecimento, já largamente efetuado no plano pedagógico, de uma verdadeira Pedagogia de Jesus. Francisco Arroyo, em sua monumental "História Geral da Pedagogia", sustenta o seguinte: "Com o Cristianismo aparece um novo tipo histórico de educação. __ Jesus é o modelo perfeito do mestre cristão. Clemente de Alexandria chama-o de Pedagogo da Humanidade". O mesmo autor nos fornece esta breve mas expressiva lista de obras a respeito: "Cristo como mestre e educador, de S. Raue, Berlim, 1902; "Didática de Cristo", Metzler, publicado em Kempton, 1908; "Jesus, educador de seus apóstolos", G. Delbrel, Paris, 1916". Os historiadores da Educação e da Pedagogia, entre os quais Monroe, Hubert, Luzuriaga, Marrou, Riboulet, Messer, Bonatelli, todos reconhecem a existência de uma Pedagogia de Jesus que deu origem às várias formas da Pedagogia Cristã, nascida, como nota Arroyo, entre as formas pedagógicas da Humanitas latina e da Paidéia grega. Não se trata, pois, de uma novidade ou de um problema controverso, mas de assunto pacífico no campo pedagógico. Fundamentos pedagógicosOs fundamentos pedagógicos do ensino de Jesus estão na sua concepção do mundo, abrangendo o homem e a vida. Essa cosmovisão se opõe à concepção pagã e à concepção judaica. Jesus, assim, não é apenas um reformador religioso, mas um filósofo na plena acepção da palavra. Ele modifica a visão antiga do mundo e essa modificação atinge a todas as filosofias do tempo, não obstante os pontos de concordância existentes com várias delas. Bastaria isso para nos mostrar, à luz da Ciência da Educação, a legitimidade da tese que inclui Jesus entre os grandes educadores e pedagogos, colocando-o mesmo à frente de todos. Não se trata de uma posição religiosa, mas de uma constatação científica. A comparação entre a idéia de Deus do Velho Testamento e a idéia de Deus do Novo Testamento mostra-nos a diferença entre o mundo judeu e o mundo cristão. O Deus de Jesus é o pai de todas as criaturas, sem distinção de raças ou posições sociais. Essa paternidade universal determina a fraternidade universal. O Deus-Pai do Evangelho não é vingativo nem irado, não comanda exércitos para destruir povos e nações, mas ama a todos os seus filhos, quer a salvação de todos e a todos concede o seu perdão generoso. Como diria Paulo mais tarde, o tempo da lei e da força fora substituído pelo tempo da graça e do amor. Os deuses olímpicos, cheios de paixões humanas, e os deuses brutais dos fenícios e dos babilônios, os deuses monstruosos dos egípcios, dos indianos e dos chineses são substituídos pelo Deus-amor e paternal do Evangelho. O próprio Jeová irascível dos judeus, ciumento e vingativo, perde o seu poder sobre o mundo. Os pobres, os doentes, os sofredores, os escravos deixam de ser os condenados dos deuses e passam à categoria de bem-aventurados. A virtude não está mais na bravura e no heroísmo sangrento de gregos e romanos, mas na paciência e no perdão. Dar é melhor do que conquistar, humilhar-se é melhor do que vangloriar-se, responder ao mal com o bem é a regra da verdadeira pureza espiritual . Os mortos não estão mortos, nem mergulhados nas entranhas da terra à espera do juízo final, mas estão mais vivos que os vivos. Da velha lei judaica não é modificado um só ponto referente ao bom procedimento do homem da Terra, mas tudo o mais é substituído pelo contrário. O culto a Deus é virado pelo avesso: nada mais de sacrifícios materiais, de rituais simbólicos, de privilégios sacerdotais. O único sacrifício é o das más paixões, do orgulho, da arrogância, da cupidez. A vaidade e a ambição devem dar lugar à humildade e à renúncia. A ignomínia da cruz transforma-se em santificação. As pitonisas e os oráculos são substituídos pelas manifestações mediúnicas das reuniões evangélicas, como vemos em Paulo, I Coríntios. O objetivo da vida humana não é mais a conquista do céu pelo violência, mas a implantação do Reino de Deus na Terra. As riquezas e o poder não são coisas desejáveis e invejáveis, mas fascinações perigosas que podem levar a criatura humana à perdição. As crianças não são desprezíveis, mas as preferidas de Deus, e para nos tornarmos dignos d'Ele temos de nos fazer crianças. Matar os pequeninos, os inocentes, os indefesos não é prova de valentia e de coragem, mas crime aos olhos de Deus. Não se consegue a salvação pela obediência à lei e pelos rituais do culto (as obras da lei), mas pelo aperfeiçoamento do espírito, pela purificação do coração, pela educação integral da criatura. Por isso é preciso nascer de novo __ não em forma simbólica, mas naquele sentido que Nicodemos não podia compreender: nascer da água e do espírito (a água era o símbolo da matéria, do poder fecundante e gerador), nascer para se redimir, não da desobediência de Adão e Eva, mas dos seus próprios erros, como aconteceu ao cego de Jericó, como sucedera a Elias reencarnado em João Batista. A pedagogia da esperançaDesses princípios fundamentais resultava logicamente a Pedagogia da Esperança. A educação não era mais o ajustamento do ser aos moldes ditados pelos rabinos do Templo, a imposição de fora para dentro da moral farisaica, mas o despertar das criaturas para Deus através dos estímulos da palavra e do exemplo. A salvação pela graça não era um privilégio de alguns, mas o direito de todos. Jesus ensinava e exemplificava e seus discípulos faziam o mesmo. Chamava as crianças a si para abençoá-las e despertar-lhes, com palavras de amor, os sentimentos mais puros. Nem os apóstolos entenderam aquela atitude estranha: um rabi cheio da sabedoria da Torá perder tempo com as crianças ao invés de ensinar coisas graves aos homens. Mas Jesus lhes disse: "Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino dos Céus". Sua condição de mestre é afirmada por ele mesmo: "Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem, porque eu o sou". Sim, ele é o mestre do Mundo, o senhor dos homens, de todos os homens, sem qualquer distinção. Cada criatura humana é para ele um educando, um aluno, como escreveu o Dr. Sérgio Valle: "matriculado na Escola da Terra". Assim, a Terra não é mais o paraíso dos privilegiados e o inferno dos condenados. É a grande escola em que todos aprendemos, em que todos nos educamos. A Pedagogia da Esperança oferece a todos a oportunidade de salvação, porque a salvação está na educação. Vejamos este expressivo trecho de Francisco Arroyo em sua "História Geral da Pedagogia": "Jesus possui todas as qualidades do educador perfeito. Os recursos pedagógicos de que se serve conduzem o educando, com feliz e profunda alegria, à verdade essencial dos seus ensinos. Por isso pode sacudir e despertar a consciência adormecida do seu próprio povo, asfixiado sob o peso excessivo da lei mosaica e da política imperialista da época". "Os ensinos de Jesus são sempre adaptados aos ouvintes. Ele pronuncia as suas palavras de forma compreensível para todos, sempre nas ocasiões mais oportunas. Recorre freqüentemente às imagens e parábolas, dando maior plasticidade às suas idéias". "A Pedagogia do mestre é também gradual. Não cai jamais em precipitações que possam fazer malograr o aprendizado. Semeia e espera que as sementes germinem e frutifiquem: Tenho ainda muito a vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora". "Como todo educador genial, Jesus emprega em alto grau a arte de interrogar, de expor, de excitar o interesse dos discípulos. Seus colóquios decorrem sempre num ambiente de incomparável simpatia. É digno, severo, paciente, segundo as circunstâncias e os interlocutores". Os seus ensinos são claros e intuitivos. Cria figuras literárias e busca exemplos da vida cotidiana para esclarecer o seu pensamento. Aperfeiçoou a forma da parábola e revestiu-a de incomparável esplendor" (Riboulet). "Seus ensinos têm um toque de autoridade (Eu sou o caminho , a verdade e a vida, todo o poder me foi concedido). Mas exerce com suavidade a sua autoridade. Responde com bondade aos contraditores de boa fé e com energia aos que querem combatê-lo". A revolução pedagógicaEste quadro da didática de Jesus (aplicação da sua pedagogia) mostra-nos as raízes da revolução pedagógica do Cristianismo. Costuma-se dizer, e com razão, que Rousseau produziu uma revolução copérnica na educação. Mas a seiva de toda a Pedagogia de Rousseau foi bebida na Pedagogia de Jesus. O "Emílio" começa por esta frase: "Tudo está certo ao sair das mãos do Criador". Os homens, para Rousseau, nascem bons e puros, pois Deus é bondade e pureza. Mas ao entrarem nas relações sociais do mundo sofrem a queda na maldade e na impureza. É o dogma judeu da queda de Adão e Eva racionalizado numa interpretação cristã. Para Jesus a criança é pura e boa, mas o contato com os homens vai deformá-la e os homens precisam voltar a ser crianças para entrar no Céu. A descoberta copérnica da psicologia infantil por Rousseau corresponde à diferença estabelecida por Jesus entre a criança e o homem. A respeito de Rousseau pelo desenvolvimento natural e gradual da criança, que não deve ser perturbado por exigências prematuras do ensino, eqüivale à condenação de Jesus para todos aqueles que violentarem "um desses pequeninos". A educação natural de Rousseau, seguindo a graduação necessária do desenvolvimento psicológico e orgânico, lembra o respeito de Jesus pelas condições evolutivas do homem nos seus vários estágios, guardando os ensinos mais profundos para mais tarde. É o que Arroyo chama "o método agógico da Pedagogia de Jesus". Uma comparação mais rigorosa e pormenorizada provaria de sobejo que é Jesus o pai e o verdadeiro inspirador da Pedagogia Moderna. Houve naturalmente o interregno do medievalismo, quando as interpretações errôneas do Cristianismo e as infiltrações de idéias judaicas e pagãs na escola cristã a deformaram. Mas essa fase já havia sido prevista pelo Mestre e esse fenômeno confirma o seu respeito pelas leis naturais da evolução humana. A parábola do grão de trigo, ensino dialético do processo histórico, é suficiente para demonstrar isso. A parábola do fermento que leveda a farinha é outra confirmação. E dessas duas parábolas, reforçadas pela promessa do Espírito da Verdade, que seria enviado ao mundo para restabelecer os seus ensinos, ressalta que a Pedagogia Espírita é a própria ressurreição, no tempo devido e previsto no Evangelho, da Pedagogia de Jesus. A Educação Espírita que renasce em espírito e verdade.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Boa noite a todos bom estou enviando aqui um link onde irão encontrar o livro PEDAGOGIA ESPIRITA DE HERCULANO PIRES. abraços a todos


http://www.scribd.com/doc/6670754/Herculano-Pires-Pedagogia-Espirita
©2007 '' Por Elke di Barros