quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A natureza humana - Dora Incontri

A NATUREZA HUMANA (2)
A individualidade

Se todo homem na Terra participa de uma natureza tríplice, animal, social e espiritual, existe uma gama infinita de manifestações que são próprias de cada individualidade. Do geral, portanto, passemos ao particular.O conceito de individualidade é talvez o mais importante para uma prática sensata da Educação. Aliás, quem compreende o que é o homem, em sua essência, respeitará o carácter de singularidade que cada ser humano possui.Analisemos assim três aspectos que caracterizam a individualidade:

 Seu grau evolutivo:
Em que ponto cada qual está na escala ascensional que separa a animalidade da angelitude. Não há duas pessoas que estejam exactamente no mesmo degrau de evolução espiritual. As individualidades que mais se afinam são as que estão mais equiparadas nesse sentido. Mas as variações são infinitas: algumas mal saíram do domínio dos instintos animais, tendo apenas começado seu desenvolvimento intelecto-moral; outras estão adiantadas em inteligência, mas revelam ainda grande indigência em moralidade; muitas possuem bons sentimentos, mas são deficitárias em seu desenvolvimento mental; raras, sobre a Terra, já estão no rumo da angelitude, tendo se libertado completamente do domínio dos instintos mais grosseiros e revelando equilíbrio entre sentimento e intelecto.

 Suas tendências inatas:
Todo Espírito que reencarna neste Mundo já viveu outras vidas e já desenvolveu certos aspectos de sua personalidade ou adquiriu certos vícios, pois o nosso planeta não é um planeta para onde venham almas novas, ainda em estágio absolutamente primitivo. Uma prova material disso é a inexistência do tão procurado “elo perdido” – a transição do animal para o homem. Assim, qualquer Espírito traz, em forma de tendências inatas, aquilo que conquistou anteriormente. Cada um viveu uma história única, com uma somatória de experiências pessoais, que podem ser semelhantes, mas nunca idênticas às de outro Espírito. Pode-se ancorar também aí a noção de singularidade.

 Sua tarefa nesta existência e sua missão no universo:
Todo o Espírito que reencarna vem à Terra com o propósito geral de evoluir, mas com um propósito específico, familiar, profissional, pessoal, em que deve exercer uma tarefa, uma vocação, tendo a liberdade de cumpri-la ou não. E como Espíritos eternos, todos terão um papel a exercer no universo. Quando atingimos a condição de angelitude, nossa individualidade será ainda e sempre singular, cabendo-nos uma missão de acordo com nossas aptidões de sabedoria e de amor.Materialistas defendem em sentido erróneo o princípio da individualidade pois lhes falta a compreensão de que a singularidade humana não reside na sua carga genética ou na combinação de influências recebidas no transcurso de uma só existência.O princípio da individualidade não está radicado em nossa parte animal, pois nada mais igual em todos os seres irracionais ou racionais do que a acção instintiva. O instinto é cego, não implica em liberdade de escolha, em julgamento moral e é sempre idêntico em suas manifestações, em qualquer meio cultural que apareça. Enganam-se, portanto, aqueles que pregam o livre desenvolvimento da individualidade como obediência cega à nossa parte instintiva – o impulso sexual, o instinto de sobrevivência, o prazer sensorial, o instinto de posse e domínio.Também não se radica em nossa sociabilidade terrena, regulada por leis, por associações políticas, por regras, exteriores ao indivíduo.É preciso buscar no espírito um quid. É aí que está tudo o que caracteriza a singularidade humana; é esse princípio que sobrevive à matéria e está sujeito à lei da evolução e que deve atingir a perfeição. Aliás, é o carácter individual do Espírito reencarnante, que vai interagir com a lei da hereditariedade. A margem de casualidade que a Ciência vê na selecção dos genes, na hora da concepção, é influenciada pela carga cármica, pelas necessidades evolutivas e pela própria vontade da alma que volta ou, ainda, pela direcção dos seus Espíritos protectores. (…) Prof. Dr.ª. Dora Incontri(Consultora Pedagógica; Professora; Jornalista; Escritora; Conferencista – Brasil: 1962)fonte: Educação Segundo o Espiritismo, in Info-Espírita

Um comentário:

Thiago disse...

Estou adorando o blog...
Essa postagem me remeteu aos itens 2.3 (A crise ética) e 2.4 (O ser-para-a-morte) da tese de doutorado da Dora, sobre Pedagogia Espírita. Vale a pena dar uma olhada!
Um abraço,
Thiago Lied.

©2007 '' Por Elke di Barros